quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Seiscentismo ou Barroco

                                           

O Barrroco foi uma escola literária desenvolvida no século XVII. Nesse período, o terror provocado pela “Santa Inquisição” (imagem) tentava limitar pensamentos e manifestações culturais e impor a austeridade.
Ora, convém compreender que, durante o Renascimento (movimento intelectual que, no século XV, incentivou a recuperação dos valores e modelos da Antigüidade greco-romana), o ser humano cresceu em vários aspectos. Um desses aspectos foi pessoal, libertando-se da ameaçadora fé medieval.
A principal marca dessa libertação foi a Reforma Protestante, liderada pelo monge alemão Martinho Lutero, que rompeu com a Igreja Católica ao afirmar a retidão e a santidade de todos aqueles que cressem verdadeiramente. A Reforma Protestante atingiu diretamente a Igreja, que defendia a redenção da alma humana tão-somente pelo cumprimento dos preceitos católicos e pagamento de indulgências.
A Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola durante o Concílio de Trento, liderou a defesa e difusão do Catolicismo, como forma de combate ao Protestantismo.
As escolas e universidades jesuítas criaram um estilo próprio de arte e arquitetura: ricamente ornamentadas por querubins e virgens celestiais, parecem tentar comover o coração da mesma forma que o pregador buscava seduzir o intelecto. Nascia assim, intimamente ligada ao espírito da Contra-Reforma, a estética do rebuscamento, da filigrana, da ornamentação rica e excessiva, que será, mais tarde, denominada de Barroco.

Movimento literário

Como movimento cultural e artístico, o Barroco se estende do final de século XVI até o início do século XVIII. Tem origem na Itália, alcança vários países europeus e algumas de suas colônias, como o Brasil.
Em virtude da oposição existente entre traços culturais do homem barroco, suas manifestações artísticas e literárias são assinaladas pelas seguintes características:

a)      Contraste: contraposição de temas, de assuntos, de motivos e de elementos expressivos, tais como a oposição entre a vida terrena e a vida eterna, espiritualidade e materialidade, etc.
b)      Verbalismo: uso exagerado de imagens, de figuras de sintaxe, de metáforas difíceis, floreios literários, tais como: “tronos do pudor” para dizer “faces”; “conselheiro das graças” para significar “espelho”; “mobílias da boca”, em vez de “dentadura”; “memória do dedo”, em vez de “anel” e assim por diante.
c)      Religiosidade: repetida freqüência de assuntos envolvendo toda uma problemática religiosa de época.
d)     Sensualismo: contraposição à característica anterior; ênfase dada aos aspectos táteis, visuais, sensitivos, tanto em relação à natureza como ao corpo humano.
e)      Pessimismo: nascido da oposição frontal feita entre o corpo e a alma, entre o eu e o mundo.

Cultismo e conceptismo

Diante da realidade, o homem barroco tinha duas perguntas: como é? o que é?
Da resposta à primeira pergunta surgiu a corrente cultista, que procurava esgotar descritivamente o ser em seu aspecto quer sensorial (cor, brilho, perfume, peso, forma) quer afetivo (gosto, dá prazer, dá pesar, etc.), utilizando para isso de inúmeras antíteses, metáforas, jogos de palavras. Muitas vezes o resultado era um malabarismo formal com pouco conteúdo. Tal corrente é chamada também de gongorismo, que teve no poeta espanhol Luís de Gôngora seu maior cultor. Contra o cultismo e, respondendo à segunda pergunta, surgiu o conceptismo, que era uma atitude de análise do ser, para a qual se empregavam os artifícios da lógica, como os silogismos, os dilemas etc. o cultismo foi predominante na poesia. O conceptismo, na prosa e teve como iniciador o poeta Quevedo, espanhol.

Barroco em Portugal e no Brasil

Para fins didáticos, o Barroco português vai de 1580 a 1756.
O ano de 1580 é significativo em dois aspectos: assinala a morte de Camões, o maior nome do Classicismo português, e marca o fim da autonomia política de Portugal, pois, com a morte de D. Sebastião, em 1578, o rei Filipe II, da Espanha, ganha o direito de subir ao trono português. Portugal passa a fazer parte do reino espanhol.
O padre Antônio Vieira é o principal autor do Barroco em Portugal, mas também se insere na literatura brasileira porque passou a maior parte de sua vida no Brasil.
Nos séculos XVII e XVIII, ainda não havia no Brasil condições para o desenvolvimento de uma atividade literária propriamente dita. Nosso imenso território era, na maior parte, despovoado. A vida social brasileira girava em torno de alguns pequenos núcleos urbanos e a vida cultural praticamente não existia. Só no século XIX começou a formar-se um público leitor que possibilitou a continuidade da produção literária.
Em vista dessa precariedade cultural da sociedade brasileira, seria exagero falar em movimento barroco no Brasil. O que temos, na verdade, são alguns escritores que, bebendo em fontes estrangeiras (geralmente autores portugueses e espanhóis), produzem aqui textos com características barrocas. Desses autores merecem destaque Gregório de Matos, por suas poesias e o padre Antônio Vieira, por seus sermões. Além deles, temos Bento Teixeira (1561?-1600), autor do poema “Prosopopéia”, de 1601, que costuma ser considerado o marco inicial do Barroco brasileiro, e Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711), autor do livro “Música do Parnaso”.

9 comentários:

Luiz Eduardo C. Scavone disse...

Além de bem redigido, muito informativo. Me ajudou bastante, parabéns e obrigado =)

Leticia disse...

ta perfeitamente objetivo e muito claro
me ajudou muito mesmo a estudar!!!
obrigada continuui assim!!!!
bjbj

cicero de florestinha disse...

ficou muito bom para estudar parabens aeeeeee cara

Alcides_Striker disse...

Sou aluno da Escola de Referência em Ensino Médio, Arnaldo Assunção.
E gostei muito do seu trabalho, me ajudou muuuuito, muito obrigado.

Unknown disse...

Conteúdo farto mas não tão bem redigido. Há um referente à conjugação do verbo ''crescer''. Corrija-a.

Marília de Castro disse...

Muito obrigada!

Unknown disse...

Achei muito bem redigido sim! Não tão direto, mas muito informativo, tornou a leitura interessante e motivadora! Não somente para fins estudantis mas para enriquecer o conhecimento, tendo em vista que algumas informações não precisariam ter sido relatadas mas colocadas historicamente fazem entender melhor o barroco. Estou no primeiro ano e me ajudou bastante no trabalho, mas como pessoa me ajudou muito em minha ignorância. Sempre faca assim, imponha o histórico e o cultural junto com o literário, faz entender melhor , ficar vidrado, desperta interesse! Valeu

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

É ao verbo Crer*